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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Interpretadores, interpretarão.

Por: Fernanda Mendes

Era uma vez um ser humano, e como todos os seres humanos desde os primórdios, foi mal interpretado. 
Futebolista, baiano e cheio de cãibras, Daniel Alves jogava mais uma partida em ritmo alucinante, rezando aos céus que uma onda de potássio o atingisse. De repente, uma banana. A banana é uma fruta tropical rica em potássio e, como o jogador, também, foi mal interpretada - disseram por aí que ela evitava cãibras, como nada se comprovou ou desmentiu, ela vestiu a camisa e hoje é símbolo dos atletas desesperados. Caiu como bênção, nos pés de Daniel, que não pensou duas vezes: abaixou-se, pegou a fruta, tirou a casca e mandou para dentro e continuou o seu jogo. Mais tarde, no vestiário, todos falavam dele. Bem que ele tentou, mas ninguém deixou que contasse o porquê antes de todos os jornais do país anunciarem: "Daniel Alves e a banana, na luta contra o racismo!" E quem diria, até hashtag a história rendeu: #somostodosmacacos. E ficou por dias nos assuntos mais comentados nas mídias. E o jogador, que comeu a fruta sem segundas intenções, sorriu, sem jeito.

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