Por: Natália Lopes
Milhares de brasileiras, e brasileiros, também, aderiram à
campanha “Eu não mereço ser estuprada”, promovida através do Facebook pela jornalista Nana Queiroz, no
último dia 28/03, após o resultado de uma pesquisa do IPEA em que 65% dos
entrevistados afirmam que mulheres com roupa curta merecem ser estupradas.
Analisando tal resultado, lembrei-me da carta de Pero Vaz de Caminha enviada á
Dom Manuel em 1500, onde ele descreve os índios, nus, vistos pelos primeiros
portugueses.
“Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor
caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como
em mostrar o rosto.”
Por mais “selvagens” que os índios sejam denominados, eles
sabem desde o princípio o quão importante é aceitar e respeitar o corpo do
outro, diferente de quem acredita que, se uma mulher está nua ou vestida
sensualmente está fazendo um convite para um estupro. Sendo assim, questiono:
quem é o selvagem? O resultado desta pesquisa é também o resultado da
ignorância, machismo e desrespeito abundante em nossa sociedade atual. Devia-se
seguir à risca a frase “A liberdade acaba onde a liberdade do outro começa” e que
quando é dito “não” é “não”.
Mídia Social: Facebook
Fonte:
http://noticias.r7.com/distrito-federal/brasiliense-cria-movimento-eu-nao-mereco-ser-estuprada-que-ja-tem-quase-45-mil-adesoes-31032014
Natália, onde está linguagem poética da crônica?
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