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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Artigo Cultural A2 - Natália Lopes



Artigo A2: Breve história do Boi-Bumbá de Parintins
Por: Natália Lopes




Resumo: Mês de junho, festa de São João, Bumba meu boi e Boi-Bumbá, este último, uma verdadeira Ópera a céu aberto, acontece no meio da floresta Amazônica, no município de Parintins, há 420 quilômetros de Manaus.
Devido a sua importância e grandiosidade, o festival, que acontece nos dias 27, 28 e 29 de junho pode ser comparado às grandes manifestações carnavalescas que ocorrem pelo Brasil. Nutrindo uma rivalidade centenária, presentes no calendário oficial de Parintins desde junho de 1965 estão o boi Garantido, branco de coração na testa, e o boi Caprichoso, touro negro com a estrela azul na testa, um defendendo a cor vermelha e o outro a cor azul, respectivamente. Até 1987, a disputa entre eles acontecia no centro da pequena cidade. Porém, no ano seguinte, foi construída a atual arena, que hoje se chama Bumbódromo e recebe cerca de 100 mil pessoas.

Como o Bumba meu boi se tornou Boi-Bumbá.

O Bumba meu boi foi trazido pelos emigrantes nordestinos no final do século XIX e início do século XX, durante o ciclo da borracha no Amazonas, onde passou a se chamar Boi-Bumbá. Dá-se uma representação do tema escolhido por cada agremiação através de uma intensa disputa artística, cênica e musical durante o grandioso espetáculo.
Baseada na lenda de Catirina e Francisco, em que se inicia quando Catirina engravida e tem o desejo de comer língua de boi. Para satisfazê-la Francisco mata o boi favorito de seu patrão e, diante da descoberta de seu ato, convoca um pajé para ajudá-lo a ressuscitar o boi. É neste cenário que começa a brincadeira ao som das toadas, compostas por melodias de diversos tipos. Desde sons simples, chorosos e tristes a sons alegres, crônicos ou sátiras.

Disputa Garantida e uma festa Caprichosa.

Cerca de 3.500 integrantes de cada boi desfilam por noite, divididos em 30 tribos (como se fossem as alas das escolas de samba). Cada boi possui um mestre de cerimônia, o Apresentador, o levantador de toadas, o amo do boi, a sinhazinha entre outros itens. Cada apresentação dura duas horas e meia, onde cada boi apresenta em média 20 toadas, acompanhados por uma bateria de cerca de 500 músicos. Há também as alegorias feitas por artesões que podem chegar a 40 metros de comprimento e 12 metros de altura.

De Parintins para o mundo ver

Os aviões alegóricos, como são chamadas as alegorias criadas pelos artistas parintinenses durante o Festival Folclórico conquistaram outra festa brasileira, o Carnaval.
Estima-se que 80% dos artesões que trabalham no Carnaval do Rio de Janeiro e São Paulo são naturais do pequeno município Amazonense. Um município tranqüilo, com habitantes acolhedores, que atrai milhões de turistas a cada ano e vem conquistando não só corações, mas também admiradores e estrelas em cada canto do país e do mundo.



Fonte: SUNIER, Tonzinho. “Parintins – Memórias dos acontecimentos históricos.” – Valer Editora – 2003.

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