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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Não somos macacos. Tampouco somos iguais.

Crônica

Priscila Ludolf

Quando o apresentador Luciano Huck e sua digníssima esposa Angélica postaram foto aderindo à moda "Somos Todos Macacos", me veio a lembrança de uma declaração proferida, há muitos anos, pela cantora Daniela Mercury, em que ela explicitava o "desejo" de ter nascido negra, pela beleza da cor. Eu, bem mais nova e no auge da minha ingenuidade, pensei: ela só diz isso porque não o é. Eu sabia o que era ser negra, ela não.
 
No momento em que se preparava para a cobrança de um escanteio, o jogador - brasileiro - do Barcelona, Daniel Alves, foi surpreendido por um presente dos deuses do futebol: algum torcedor mal-intencionado atirou uma banana em sua direção! Num ato, aparentemente, impulsivo, mas totalmente desbravador, o lateral come a fruta, recebe uma bela injeção de potássio, faz bonito na partida e encerra o assunto.
 
Neymar, que lançou a famigerada campanha, Luciano Huck, que aproveitou a "boquinha" para vender suas camisas, e muitas outras pessoas também encerraram o assunto. Eu, não! Os negros que sofrem discriminação diariamente, também não! Por quê? Nós não somos macacos e, enquanto insistirmos em ignorar questões tão sérias como o preconceito racial, tampouco seremos iguais.

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