Translate

quinta-feira, 19 de junho de 2014

O quase espetacular Homem-Aranha (Crítica / A2)

Por Alesi Gradici


Explorando mais o lado piadista e com Gwen Stacy ao invés de Mary Jane Watson como interesse amoroso, O Espetacular Homem-Aranha aborda uma subtrama existente nos quadrinhos, mas pouco explorada, envolvendo o desaparecimento dos pais de Peter Parker. A nova franquia do Homem-Aranha ainda vive à sombra da trilogia original, mas O Espetacular Homem-Aranha 2 - A Ameaça de Electro surge disposto a jogar por terra esta impressão, mas acaba prejudicado pelas próprias características desta nova série. Não me refiro propriamente às inevitáveis comparações, mas na própria escolha dos personagens e ambientações. Fica nítido em vários momentos que o diretor Marc Webb seguiu certos caminhos apenas para fazer diferente, mesmo que não seja a melhor opção. Por exemplo, o diretor do jornal O Clarim Diário J.J Jameson, não aparece em nenhum momento do longa, apesar de o Aranha já trabalhar como fotógrafo para o informativo. O motivo é porque o personagem que foi interpretado por J.K Simmons na última trilogia obteve muita popularidade. Outro caso foi a insistência do diretor na historia dos pais de Peter Parker (Andrew Garfield), que distrai o telespectador do verdadeiro sentido da historia, que é a paixão que une o Spider a Gwen Stacy, mesmo com a promessa de que iria se manter distante da jovem feita por Parker ao pai de Stacy, que é interpretada por Emma Stone.

O Espetacular Homem-Aranha 2 é uma aventura menor do que poderia ser, mas está longe de significar que seja um filme ruim, com efeitos especiais bem trabalhados, e beirando a animação, a história do herói possui cenas de ações muito bem detalhadas que exploram bem a nova tecnologia 3D. O próprio personagem está mais a vontade, e com sacadas bem-humoradas e divertidas, que se assemelha bastante com o que é visto nos quadrinhos. Mas como nem tudo são flores, o filme conta com alguns defeitos. A trilha sonora é bastante incômoda, principalmente quando o vilão Electro (Jammie Foxx) entra em ação. A longa historia dos pais de Peter também incomoda e por fim o excesso de vilões que aparecem durante os 142 minutos de filme. No total o herói mede força contra três vilões, o primeiro é Electro, que apresenta um perfil interessante e é além de tudo fã do Aranha, mas após a sua transformação (ele cai em um aquário de enguias) se torna um típico supervilão. O duende verde interpretado por Dane de Hann, tem traços que lembram o dos quadrinhos, mas tem pouco espaço na trama. E por último temos o Rino (Paul Giamath), que tem uma participação mínima no final do longa-metragem, e dá dicas de que será melhor trabalhado no próximo filme.

O filme é empolgante logo no início e também na reta final, quando ganha ares apoteóticos. O show de efeitos especiais, das batalhas empolgantes e de uma boa dose de coragem, para a alegria daqueles que conhecem a história do herói aracnídeo nos quadrinhos. A parte triste da história é quando Gwen Stacy morre em uma cena idêntica a dos quadrinhos, até a roupa que Stacy usa é a mesma. O filme é divertido, bem feito e bem atuado, possui problemas com o roteiro, mas, assim como os anteriores se tornou sucesso e é para muitos o melhor filme do herói. Vale a pena assistir. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário